domingo, novembro 05, 2006

Em missão



Em missão fora da Terra... volto em breve.
Cuidem
de si e do planeta enquanto isso.
Saudações a todos.

terça-feira, outubro 31, 2006

Supergirl


Como se a falta fosse sentida, já começo o blog de hoje pedindo desculpas pela ausência. É que, como dizia Hércules, quanto mais poderes, mais tarefas.

Blogs atrás falei da “Síndrome de Superman”, que tem como um dos sintomas a sensação de estar na Terra, mas não se sentir parte dela, sentir-se deslocado e sozinho, literalmente vindo de outro planeta.

Quem veio de Krypton, como eu, por mais que procure se integrar aos terráqueos, sempre sente que fica faltando alguma coisa. Por mais que pareçamos, na essência somos diferentes. Até o dia em que descobrimos outros como nós.

Há pessoas que igualmente sentem-se sozinhas na vida, isoladas e à parte de qualquer contexto; até que têm a graça de encontrar alguém que com elas se afina.

Com o Superman não foi diferente.

O único sobrevivente de Krypton teve a péssima surpresa de encontrar os três criminosos exilados, Zod, Ursa e Non; e, em contrapartida, a grata felicidade de encontrar uma pessoa tão semelhante à sua essência, a sua prima supergirl.

É claro que ainda assim certas diferenças existem. Umas briguinhas aqui e ali. Nada que vá destruir o planeta. Afinal, pessoas semelhantes não são iguais, são afins. Nada insuperável.

Na vida é assim. Às vezes encontramos pessoas da mesma origem, mas que nem por isso nos damos bem com elas; outras vezes há a afinidade instantânea com quem veio de longe, parecendo que nunca deixou de estar perto.

No primeiro caso, paciência e aprendizado; no segundo, agradecimento e felicidade.

Boa sorte a todos que mantêm a sua verdadeira essência sem deixar de sentir a humanidade como um todo.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Identidade secreta

Para o Superman há dois motivos básicos para manter a identidade secreta.

O primeiro deles é a tendência humana à acomodação. Se todos soubessem quem é o Superman ele não teria paz e seria requisitado para as tarefas mais corriqueiras, às 24 horas do dia. A humanidade, não sofrendo dificuldades a superar, fatalmente não evoluiria.

O segundo motivo é a proteção das pessoas próximas a ele. Não podendo o ferir, quem quisesse o fazer mal certamente atingiria as pessoas ligadas a ele

Para nós a segunda questão, a da proteção, é fundamental e é sobre ela que trato hoje.

Claro que vivemos num mundo que existem muitos super-heróis, que nos amam e nos querem bem, sendo incapazes de nos fazer mal e ajudam no que podem.

Todavia, ainda existem muitos vilões, que não apenas se incomodam com a felicidade alheia, como também se ocupam de prejudicar o objeto de sua inveja, quer seja diretamente, quer seja pelas inocentes pessoas ligadas ao Superman.

A causa disso pode ser uma lamentável sensação de infundado desmerecimento à felicidade e conseqüente incapacidade de lutar pela mudança de situação; assim procurando tornar os super-heróis em vilões, como eles são.

Qualquer que seja o motivo dessa doença desamorosa, é melhor para os Superman´s de hoje proteger a si e àqueles que amam, através de muita reserva e descrição, até o momento em que esses vilões descubram dentro do próprio peito tem um coração igualmente capaz de amar e ser amado e assim possam desfrutar dos benefícios da felicidade, que contagia e faz querer que todos sintam-na igualmente.

Boa sorte a todos os Superman´s dos dias de hoje que, para enfrentar seus desafios, têm que se preservar muito dos vilões que ainda existem; teimando pela idéia que ser feliz vale a pena.

domingo, outubro 08, 2006

Cartas de Lois Lane



Você pode ler meu pensamento?
Você sabe o efeito que causa em mim?
Não sei quem você é.
Apenas um amigo de uma outra estrela.

Cá estou.
Pareço uma criança matando aula.
De mãos dadas com um deus.

Sou uma boba.
Olhe só pra mim.
Tremendo como uma garotinha, perplexa.
Você enxerga através de mim.

Você pode ler meu pensamento?
Você imagina o que estou pensando?
Pergunto-me por que você é a maravilha que você é.

Você pode voar!
Seu lugar é no céu.
Você e eu... somos um do outro.

Se precisar de uma amiga…
Voe até mim.
Se precisar ser amado…
Aqui estou eu.

Leia meu pensamento.

domingo, setembro 24, 2006

Se...


Se és capaz de manter tua calma, quando todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando todos duvidam, e para esses, no entanto, achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares, e enganado, não mentir ao mentiroso.
Ou, sendo odiado, ao ódio te esquivares, e não ser bom demais nem pretensioso.
Se és capaz de pensar, sem que a isso só te atires, e de sonhar, sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver transformadas em armadilhas as verdades que disseste.
E estraçalhadas as coisas por que deste a vida, e refazê-las com o bem pouco que te resta.
Se és capaz de arriscar numa única parada tudo quanto ganhaste em toda tua vida.
E perder e, ao perder, resignado e sem dizer nada, recomeçar do início
De forçar coração, nervos, músculos, tudo, e dar seja o que for que neles ainda existe.
E persistir quando, exausto, ainda te resta a vontade que te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe não te corromperes, e entre reis não perder a naturalidade.
E de amigos, bons ou maus, te defenderes, e a ambos poder ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo, ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a terra com tudo que nela existe, e – o que é muito mais – és um Homem, meu filho!
Rudyard Kipling

sexta-feira, setembro 22, 2006

Vale a pena


O Jornal Nacional de hoje mostrou a história de dois jovens que encontraram uma valise contendo 40 mil reais deixada no corredor do prédio que pertencia a um casal vizinho. Em tempos de necessidades e ambições, eles devolveram tudo aos donos! A mãe dos rapazes não estava surpresa. Disse que ainda tem gente de bem nos dias de hoje.

Pois é, em dias em que nos revoltamos com a capacidade de uns de simplesmente subtrair o que não lhes pertence, é válida a boa notícia televisiva, de quem faz diferente, de quem está afinado com os novos tempos.

Fator importante para isso tudo é a educação cidadã. De um lado, esses jovens agiram assim porque foram anteriormente educados por seus pais a respeitar e se importar com o próximo. Além da ídole boa, é claro.
Igualmente, eles não fazem idéia da propagação positiva de seu exemplo em cadeia nacional, da quantidade de gente que aprendeu com eles que vale a pena agir assim e que passará a pensar duas vezes antes de adotar posturas incompatíveis com a cidadã. Somos todos irmãos e responsáveis pela felicidade uns dos outros. Só vai dar certo se todos estivermos no final feliz.

Essa dupla dinâmica está de parabéns. São autênticos Superman´s. Mostremos os nossos e sigamos o exemplo deles. Só assim o mundo muda: através de nossas mudanças interiores.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Ambivalência


Há uma interessante passagem no filme Superman III que ilustra o blog de hoje.
Nele, o vilão expõe o Superman a uma kryptonita sintética que, ao invés de retirar seus poderes, torna-o cada vez mais mau: ele abusa dos poderes, danifica um petroleiro, enche a cara e até caminha na calçada, indiferente às pessoas que costumava ajudar.
Pouco a pouco se estabelece um conflito interno. De um lado, a essência boa, querendo ressurgir, contra a nova configuração maléfica, querendo se estabelecer.
Em certo momento, um garoto grita, incessantemente, que acredita no Superman, que ele vai se curar, que ele vai voltar a ser quem é. O Superman não pôde deixar de ouvir isso, mesmo voando para longe, afinal ele tem superaudição.
Essa metáfora do conflito dual chega ao seu ápice quando essas duas “faces” ambivalentes lutam fisicamente, até que vence a essência original do Superman, cessando os efeitos daquela kryptonita.
Assim, nós temos a moral da nossa história: na vida estamos expostos a muitos fatores negativos e nos vemos convidados incessantemente a esses conflitos de duais. São as injustiças, os crimes, as doenças que sofremos, sem nos acharmos merecedores; as perseguições profissionais; os conflitos familiares, quando amigos maiores encontramos do lado de fora; as lutas inglórias em nome de ideais; o amor que nos traiu; o não se curvar diante do fácil e errado; o resistir às tentações, ao chamado do medíocre; e tantos outros exemplos que vão nos tentando a seguir exatamente esse comportamento, a ingressar nesse modo nublado de ver a vida e a repetir esses padrões achando que vale a pena.
Mas não podemos nos deixar contaminar por aqueles que ainda estão sob os efeitos da “kryptonita sintética” e não eclodiram sua essência verdadeiramente boa.
Os Superman´s enfrentam esses conflitos constantemente, mas a essência boa, de séculos e séculos, de eras e eras, guardada nos nossos corações, sempre haverá de sobrepujar a selvagem, ignorante e circunstancial.
Essa tarefa torna-se ainda mais exigida nos dias de hoje, quando temos que procurar fazer o diferente dos padrões incrustados em nosso subconsciente; quando temos que elevar o padrão vibratório do mundo para os novos tempos que chegaram.
Boa sorte aos Superman´s dos dias de hoje, que, mesmo enfrentando seus conflitos, não se deixar consumir por eles.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Guerreiros da Luz


Eu queria não pensar que não sou um grande herói por não conseguir salvar a mim mesmo.

Eu queria pensar que sendo super poderia resolver todos os meus problemas e ainda os dos outros.

Eu queria pensar que os heróis nunca experimentam a sensação de impotência.

Mas não é assim que um superman dos dias de hoje se comporta, pensa ou age.

Os heróis de hoje são os chamados “Guerreiros da Luz”, como refere Paulo Coelho em seu “Manual”.

As batalhas dos Guerreiros da Luz são travadas num plano elevado, no astral, no mental, no espiritual; sua espada é sua elevação moral; seu escudo é sua fé; seu poder emana do coração. Os revezes para eles são oportunidades de experimentar a vida e fazer o novo, o diferente.

E por falar em Guerreiro da Luz, transcrevo as palavras do sempre discípulo Paulo Coelho (pág. 53):

“Um guerreiro da luz às vezes se comporta como a água e flui por entre os obstáculos que encontra. Em certos momentos, resistir significa ser destruído, então ele se adapta às circunstâncias. Aceita sem reclamar que as pedras do caminho tracem seu rumo através das montanhas.
Nisto reside a força da água: ela jamais pode ser quebrada por um martelo ou ferida por uma faca. A mais poderosa espada do mundo é incapaz de deixar uma cicatriz em sua superfície.
A água de um rio adapta-se ao caminho que é possível, sem esquecer do seu objetivo: o mar. Frágil em sua nascente, aos poucos vai ganhando a força dos outros rios que encontra. E, a partir de certo momento, seu poder é total”.


Boa sorte a todos os que não esquecem os poderes que têm, mesmo diante dos revezes da vida.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Independência


Acabamos de atravessar a semana da independência. Isso me levou a meditar sobre o tema.

Penso que hoje independência quer dizer muito mais que o conceito ligado a desfiles militares ou repetições televisivas de Tarcísio Meira como Dom Pedro I.

Estamos numa época em que primeiro é preciso trabalhar na própria independência para se preparar para um conceito maior: a interdependência fraterna.

Todos nós dependemos uns dos outros para viver, crescer e evoluir. Nações precisam umas das outras, tanto que formam comunidades e mercados comuns. As pessoas começam a perceber o mundo como um só, apesar das divisões feitas pelo homem. Mais cedo do que imaginamos, o universo não parecerá tanto como um imenso pano preto com um planetinha azul perdido nele e nos sentiremos parte de um todo interdependente e fraterno.

Ao nos preparamos para essa interdependência fraterna, tenho visto diversos exemplos de pessoas trabalhando para conquistar e merecer sua independência.

Há quem estude para um concurso ou para uma colocação trabalho, deixando de depender do sustento dos pais. Há quem busque sua independência emocional, dispensando relacionamentos improdutivos. Há quem procure se libertar de acorrentamentos familiares, rompendo paradigmas instalados desde a infância. Há quem depure sua independência política, não mais se deixando seduzir pelo eufórico batuque musical, pela promessa enfadonha, pelo heroísmo populista; mas avaliando quem e o quê representa a verdadeira mudança ou o desgastado teatro. Há também os que trabalham na independência existencial e espiritual, abrindo a mente, estudando e concluindo sozinho sobre os novos aspectos da vida; retirando esse encargo do padre, do pastor, do monge, de Buda, de Jesus ou de Deus.

Trabalhar na própria independência, seja ela qual for, exige esforço, empenho, fé, poder, superpoder; porque significa vencer uma vilã poderosa e silenciosa: a "acomodação", que nos acorrenta, nos veda os olhos e nos amordaça invisivelmente.

Vamos trabalhar com esmero pela nossa independência pessoal para começar a sentir a interdependência fraterna que existe em nossos corações, entre as nações que ora habitamos e entre os planetas que abrigam os irmãos que estamos prestes a conhecer.

Boa sorte a todos que, apesar de trilhar o difícil caminho de se tornar superman nos dias de hoje, ainda encontram espaço para exercitar a interdependência fraterna.

domingo, setembro 03, 2006

Palavras de conforto mútuo

Meus amigos, o apoio de vocês me ajudou muito a compor esse novo blog. Nunca duvidem da importância dessa ajuda. Agradeço os primeiros comentários nessa nova fase.

É preciso esclarecer que os desafios do presente não demandam mais com que nós projetemos em alguém a resolução deles. Haveremos de evoluir por nós mesmos, apresentar os fatores dessa evolução e usar o que aprendemos nessas oportunidades de enfrentamento, com a elegância espiritual que nos é naturalmente exigida.

Quero dizer com isso que acabou a fase de esperar milagrosamente o padre, o santo, o deus, um Buda, um Jesus, um salvador, um superman ou qualquer outro ser encarregado de fazer o que nos é de exclusivo encargo e direito: exercer nosso arbítrio responsável. Esses sujeitos farão apenas é nos lembrar disso.

Os desafios autuais farão com que nós desenvolvamos os nossos próprios super-poderes. É isso que tenho sempre defendido em blogs anteriores. Cada um de nós é um superman em potencial e deve descobrir os seus próprios superpoderes. Cedo ou tarde você vai se descobrir um superman.

Mas é importante lembrar: o superman de hoje não voa literalmente, mas é presto em atender o próximo; não apara projéteis balísticos, mas atrais; não enxerga através dos objetos, mas além das aparências e dos fatos; e assim por diante.

Da mesma maneira, os vilões desenvolveram métodos de ataque mais sutis, exigindo mais acuidade de nossa parte. Eles não vão mais destruir cidades inteiras, querer dominar o mundo anunciando isso na tv, não vão pedir um milhão de dólares e um helicóptero.

Eles estão infiltrados nas empresas que poluem, na política que covardemente rouba dos mais necessitados, vão tentar vender o que vocês não precisam, fazer vocês pensarem que estão menos saudáveis do que estão, julgar o processo mediante interesses pessoais, fazer amizades com criminosos, vender a idéia de fim do mundo, de invasão extraterrestre, de caos, de que o mundo não tem jeito, te fazer desistir da virtude e roubar sua esperança.

E qual é a nossa postura de heróis diante de tudo isso? Nós temos que usar os poderes que desenvolvemos para distinguir quem é vilão e mudar nossas posturas pessoais com atitudes concretas. Dizem que a verdadeira mudança começa dentro de nós mesmos. Façamos assim, através do exemplo.

O vilão da ficção, quando não vai preso, morre, e a história chega ao fim assim. O da vida real tem que efetivamente desfazer o que fez, nessa ou noutra oportunidade. E não deve contar com nosso ódio ou repulsa, mas com nossa caridade e ajuda fraterna, para que, um dia, atinja esse estado de superman e possa ajudar outros a atingi-lo também.

Para só pra finalizar, informo que passei de novo por uma onda de poluição sonora hoje, na forma de um carro-de-som de propaganda política ensurdecedora. O irônico da história é que o candidato era do partido verde. Realmente, não dá para dormir com um barulho desses.

Boa sorte a todos os superman´s dos dias de hoje, que usam responsavelmente os poderes que têm nas mãos.

domingo, agosto 27, 2006

Candidato porco

Às vezes ter alguns super-poderes é mais desvantagem do que privilégio. Explico.

Voar baixo nos dias de hoje tem sido especialmente sofrido. Minha superaudição tem me matado com a propaganda política, vomitada, ensurdecedora e repetidamente, pelos carros-de-som que rastejam pela cidade. Não dá pra bloquear. Eu ouço tudo. Infelizmente.

Sob o critério artístico, o quadro fica ainda pior. É um mal-gosto “musical”, uma pobreza de rimas, obrigatoriamente encaixadas em repetições de números. Lamento apenas que o compositor tenha que se curvar às absurdas normas legais eleitorais, onde o número do candidato conta mais que a pessoa dele.

Vale lembrar: “poluição” não é apenas a física, produzida pelo lixo resultante da campanha. Existe também a “poluição sonora”, a saturação auditiva do ambiente pelo barulho insuportável produzido com os maciços apelos eleitorais.

Quanto à poluição física, a notícia é das melhores. Nunca vi a cidade com tão poucos cartazes, pichações grotescas ou panfletagem. Esse ano eleitoral foi marcado pelas propagandas adesivadas em carros particulares. A cidade está mais limpa e agradece aos candidatos e cabos eleitorais, que se conscientizaram, e às autoridades, que impuseram o bem maior ao interesse circunstancializado.

Mas quanto ao segundo aspecto, as propagandas sonoras, nunca houve tanto incômodo, nunca houve tanta pobreza artística, nunca faltou tanta criatividade, nunca os decibéis chegaram tão alto (não mais que minha paciência).

Então é isso. Candidato porco não suja apenas o chão, mas o ar que você respira e que transporta o som que você ouve.

Quem sabe boicotando esses que podem abusar do bolso e da sua paciência ecológica, você dê oportunidade a outro, que não possa nem queira manejar esses instrumentos arcaicos de propaganda, que só subestimam a inteligência e impacientam o eleitor; permitindo assim eleições mais “limpas” no futuro.