O paulistano anda sempre na linha... linha do ônibus, do trem, do metrô, linha amarela, linha vermelha, linha d´água... E quando não tem linha ele faz uma fila... só pra variar.
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
Analfa-japa-betismo
Em Sampa, no Bairro da Liberdade, eu até tentei comprar alguma coisa pra ler, mas descobri que não sei ler!
É empolgante essa ilha cultural estrangeira dentro do meu país, que me puxa e me seduz a essa imersão, a conhecer o novo, a ampliar os horizontes culturais e entender que o melhor é justamente a soma dos todos de cada um.
Mas isso também me levou a refletir sobre a situação dos brasileiros que vêem nas letrinhas da língua portuguesa não mais que símbolos sem qualquer significado. O analfabetismo é certamente um estado de exclusão indignificante e injusto obstáculo ao conhecimento.
Ao passo que ali me senti numa ilha dentro do meu país, em busca do tudo-novo, o analfabeto deve se sentir a própria ilha no mar, sem contato com o continente do saber.
Enfim... comprei uma revista com figuras legais.
É empolgante essa ilha cultural estrangeira dentro do meu país, que me puxa e me seduz a essa imersão, a conhecer o novo, a ampliar os horizontes culturais e entender que o melhor é justamente a soma dos todos de cada um.
Mas isso também me levou a refletir sobre a situação dos brasileiros que vêem nas letrinhas da língua portuguesa não mais que símbolos sem qualquer significado. O analfabetismo é certamente um estado de exclusão indignificante e injusto obstáculo ao conhecimento.
Ao passo que ali me senti numa ilha dentro do meu país, em busca do tudo-novo, o analfabeto deve se sentir a própria ilha no mar, sem contato com o continente do saber.
Enfim... comprei uma revista com figuras legais.
Pira-coteca
As diferenças sociais criam quadros cada vez mais estranhos.
Um dia fui visitar a Pinacoteca de Sampa e vi uma escultura de um menino todo feliz porque tinha conseguido roubar uma galinha da seção ao lado. Ele dizia: "olha, mãe, olha o que eu consegui pegar pra gente comer!"
Outra estátua linda de mármore, no estacionamento, fazendo bico de flanelinha. Dizia ela: "vem, vem.. deixa solto... to dando uma olhadinha ae"...
Depois, chegou perto de mim a escultura de uma mulher pedindo um real pra comprar pão, mas ela tinha cara de quem bebeu a noite inteira.
Mais adiante um retrato do ócio. Estátuas vadias, que, quando não apenas paradas vendo a vida passar, brigando por qualquer trocado.
O que mais me chamou a atenção foi a escultura de um menino que foi pego roubando os turistas. Ele jurava inocência. Ninguém acreditou. Será?
O guarda da porta nem deu atenção a tudo isso que tava lá acontecendo.
Ainda perguntei:
-"moço, onde é o banheiro?".
- "ali". Deu de queixos sem nem me olhar.
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