quinta-feira, abril 29, 2010

Inimigos




Não é demérito pra ninguém ter muitos inimigos.
Ter inimigos, não significa ser mau.
Ser mau, significa fazer o mal.
Pessoas boas, que só fazem o bem, podem ter muitos inimigos.


Vivemos numa realidade em que muitos se desagradam pelo simples fato de escolhermos um caminho do bem, de renúncia, de altruísmo, de quebra de paradigmas de egoísmo, de vantagens, de arrogância, de malícia, de mudar a energia planetária.
Isso basta para captarmos muitos inimigos.
Portanto, ser inimigo de alguém depende mais de um ato de escolha dele do que de algo que nós possamos fazer a respeito.


Observo também que o grau de periculosidade de nossos inimigos é proporcional à nossa capacidade de fazer a diferença, de nossos super-poderes.
Super-heróis têm super-vilões porque, como eles podem desequilibrar muito a atuação da maldade sobre a Terra, o mal precisa de instrumentos poderosos para não ser vencido tão facilmente.


Mesmo assim, cuidado e atenção sempre.
Seus inimigos são predadores à espreita de um momento de ataque.
São equipados com sensores capazes de detectar rapidamente um super-herói e se armam com o possível para destruí-los.


Mas no final, acredito que o bem sempre triunfará.
É uma questão de tempo, de resistência, de resignação e de fé.
Afinal, o que vemos por aí são vários super-vilões contra um único super-herói.
Por exemplo, apenas contra mim, tem o Apocalypse, Lex Luthor, Brainiac, Sr. Mxyzptlk, Metallo, Bizarro, Darkseid, Mongul, General Zod, Ursa, Non, e por aí vai.
Se o mal fosse tão poderoso assim, haveria vários heróis para dar conta de um vilão; e não ao contrário.


Então boa sorte àqueles que passaram para o lado do bem e deixaram de perder precioso tempo em condutas equivocadas e auto-destrutivas.

quarta-feira, abril 28, 2010

Bizarro


Há um planeta chamado “Bizarro”, onde tudo é invertido para o nosso.
Bizarro é uma cópia imperfeita da Terra. Seus habitantes, cópias imperfeitas dos nossos. E o Bizarro, uma imitação do Superman.
Naquele planeta, o que é bom é mal.
A bondade lá ofende.
Ajudar os outros é errado.
Preservar é censurável.
A beleza está no feio.
Lá reina o destruir, o se aproveitar, o tomar à força, o pensar apenas em si.


Ultimamente venho usando todos os meus poderes para entender o planeta onde vivemos, a Terra. Tenho achado ela cada vez mais parecida com o planeta Bizarro.


Não consigo compreender o enganar, o trair, o sacanear, o mentir e ainda se dar bem. Havia aprendido que a conseqüência disso era pra ser diferente, mas essa lógica não acontece por aqui.


Não consigo compreender como aqui o crime é organizado e a polícia é tão desarticulada.


Não me conformo em ver como se sente prazer em atrapalhar a vida dos outros e tantos se ocupam, se organizam e cooperam, unicamente para prejudicar alguém; mas raras são as atitudes de ajudar ao próximo.


Não entendo como se aprende o direito para se fazer o errado, o culto do mau gosto e do barulho, nem por que o fumante tem saúde de atleta e quem se cuida morre assassinado.


É muito difícil estar neste planeta. O ambiente aqui está cada vez pior. Aqui não cabe alguém de capa e botas vermelhas com um “S” no peito fazendo o bem pelo bem. A tendência desse planeta é a de dizimar os que agem assim. Há dois mil anos que é assim.


Quando fui mandado pra cá, meu pai disse que vim para mostrar o caminho, que os habitantes daqui são bons, que só precisam de alguém que lhes mostre a luz, que lhes indique o caminho.


Mas meu pai não passou um segundo aqui na Terra. Morreu milhares de anos antes da minha chegada aqui. Não viveu a agonia de um dia sequer nesse planeta selvagem, nesse ambiente hostil, nessa energia pesada. Ele não acreditaria se lhe dissesse que os terráqueos não veriam a luz nem que se acendesse um farol diante de suas caras, que não enxergariam qualquer caminho que se lhes mostrasse.


Se não fosse pelo Clark, o Super já teria perecido ou ido embora de vez. O Super não sobreviveria nesse planeta se não fosse camuflado de Clark. O Clark permite que o Super passe despercebido na multidão e o protege das agressões do ambiente terrestre. Então o Super se pergunta se não seria o caso de se tornar tão bizarro quanto os habitantes do planeta Terra? Será que assim viveria mais em paz de espírito?