Como diz Ana Carolina, ao advertir que não sabe quase nada do mar, eu que não sei quase nada de mulher, arrisco dizer que deve ser muito difícil de sê-las, mas, como mero expectador, vejo o quanto são meritosas as que o fazem com estilo, charme, graça e orgulho.
Não falo da dificuldade imposta pela sociedade, desde o nascimento, da gravidez à viuvez.
Não falo da luta cotidiana em casa e no trabalho, de turnos triplos, de mãe-profissional e profissional-mãe, trabalhando mais e ganhando menos.
Também não falo do encargo avolumado pela qualidade de homens que tem por aí, cada vez mais necessitados de mulheres-mãe.
Falo de tudo isso sem perder o cuidado consigo próprias, sem perder o zelo, a beleza, o charme, a alegria de estar de bem com a vida, o brilho no olhar e a luz no sorriso.
Eu mesmo não agüentaria tamanha tarefa. Se for pra ser super de novo, entro na fila dos superman´s. Mulher-maravilha é tarefa para poucas.
Ser homem é muito mais cômodo e fácil. Por isso ficamos mal acostumados. Sem variar muito, gastamos o mesmo tempo para nos aprontarmos para o trabalho ou para um casamento.
Já para a mulher, tudo é mais complicado: produção, cabelo, salão, maquiagem, unhas, sandália emprestada da tia da amiga da vizinha, que combina com a bolsa que está guardada no baú.
Fazer algo bem feito tem seus méritos. Mas há muito mais méritos em fazer bem feito o difícil e nem sempre agradável, como ser uma bela mulher.
Sugiro a leitura de um texto de quem entende um pouco mais que eu sobre essa complexidade: Flávio Gikovate, em “Reflexões sobre o Feminino”.