sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Cometimento

Hoje cometi um pecadinho.


Uma pequena ousadia.


Uma arte.


Uma excentricidade.


Por causa dele, passei o dia me sentindo diferente, como se estivesse escrito em minha testa a culpa do que fiz.


Andava na rua e achava que todos me olhavam sabendo dessa picardia.


Estava leve, irresponsável, inconseqüente, descomprometido e livre; como há muitos anos não me sentia.


Praticamente voltei à infância, à alegria juvenil.


Tirei um peso dos ombros... que alívio!


Andava lépido e faceiro, alheio a tudo e a todos.


E vim confessar para vocês minha extravagância:


deixei o celular em casa!

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Eu não quero um carro novo


Pelo que tenho visto nas ruas, os carros novos são tão ruins que as pessoas se escondem atrás de películas, de tanta vergonha que sentem deles.

Os carros novos não andam nada. Só têm até terceira marcha e se arrastam no meio do trânsito. O meu, mesmo velhinho, vai passando por todos eles a 50 por hora.

Só não consigo passar quando os carros novos dão pane e param no meio da rua, no estacionamento do shopping, em frente às escolas, clínicas, etc. Mas assim que entra alguém, eles logo voltam a funcionar e o resto do mundo pode seguir seu destino.

Mas eles são muito difíceis de dirigir mesmo. São muitos fatores de dispersão: porta-copo, porta-fone, porta-chave, espelhinho, maquiagem, escova, pranchinha, manicure, ar, som, vídeo, tv. Quando o sinal abre o motorista fica tão confuso que o carro só sai do lugar depois de muito custo; aí já tá quase na hora de fechar de novo.

E quando estão em “movimento”, sempre vejo o motorista falando ao celular. Acho que é pedindo alguma orientação, porque ele fica usando as duas faixas ao mesmo tempo. Dá pra ver a expressão de dificuldade. Parece que não tem a menor idéia do que faz.

Pra fazer uma curva então: outra via crucis. Os carros novos não vêm equipados com retrovisores nem luzes no pisca-pisca. Então sempre sou surpreendido com uma repentina mudança de trajetória… em rota de colisão comigo. É uma luta dirigir um carro assim. Se meu carro não fizesse curvas ou freasse rápido, já teria perdido ele várias vezes por causa dos carros novos.

Uma idéia genial para as montadoras de veículos é um sistema automático, que permita ao motorista dirigir alcoolizado sem matar ninguém; e a retirada do dispositivo que amputa dedos ao rebater o banco traseiro.

A única coisa que presta num carro novo é o som. Isso sim é evidente. Tão evidente que não é possível prestar atenção em mais nada na vida quando um carro novo passa.

O único problema é o porta-malas, que não fecha por falta de espaço. Outra coisa em que meu carro velho é melhor que os novos.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Ecos de Brasília

Sugestão: que tal uma CPI pra saber por que o pessoal de Brasília faz CPI por causa de tudo?

Dica: a gratificação que os parlamentares recebem.

Adágio popular (adaptado): "se for dirigir, não beba; se for beber, não dirija; se for beber e dirigir, compre bebidas em estabelecimentos fora das BR´s".

Comentário: será que viverei tanto pra ver outra lei tão inteligente quanto essa? Aqui no Estado apenas três pessoas morreram a menos que no carnaval passado, mas número de autuações por direção alcoolizada aumentou em 200%.