(Adaptado de um texto anônimo, mas dedicado à amiga Lívia, em agradecimento)
Conta uma lenda que Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno.
Foram primeiro ao inferno.
Ao abrir a porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão de sopa e à sua volta pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher, porém de cabo muito comprido, que lhes possibilitava alcançar o caldeirão, mas não permitia que colocassem a sopa na própria boca.
O sofrimento era grande.
Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu.
Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido.
Mas ali todos estavam saciados. Não havia fome nem sofrimento.
“Eu não compreendo”, disse o homem a Deus, “por que aqui as pessoas estão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?”.
Deus sorriu e respondeu:
“Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros”.
Vimos que as pessoas na sala do inferno estavam tão preocupadas com seus próprios problemas particulares que não pensavam em alternativas para resolver a situação do grupo.
Como todos estavam querendo safar a si próprios, não buscaram alternativas para o problema. Contudo, se houvesse espírito solidário e ajuda mútua, como na sala do céu, a situação teria sido rapidamente resolvida.
Dificilmente o individualismo consegue transpor barreiras. A consciência particular de fazer parte de um “todo” é essencial para a evolução espiritual. Uma equipe participativa, homogênea, coesa, vale mais do que um batalhão de pessoas alienadas e com posicionamentos isolados. Isso vale para qualquer área de sua vida. Não fosse assim, certamente teríamos nascido sozinhos no planeta.
Portanto, “céu” e “inferno” não são lugares geográficos; e sim estados de espírito que construímos e espalhamos em nosso entorno.
Boa sorte a todos que se empenham em mudar o estado de nosso planeta, ao invés de tentar apenas mudar a si próprios de lugar.