quinta-feira, outubro 22, 2009

Ingenuidade

Em tempos de malícia tanta, de melindres mil, de desconfianças sobre desconfianças, de falsidades e de traições de onde se menos espera, venho me perguntando se o conceito de ingenuidade mudou nos dias de hoje.


Será que a ingenuidade ainda deve ser confundida “ausência de defesa” e “incapacidade de ataque” ou já é possível imaginar uma certa “pureza de coração” todavia equipada de eficazes instrumentos de defesa contra as injustas investidas da vida?


Para mim, o maior exemplo de verdadeiro poder é o controle de si próprio. E quanto maior for o poder que se tem, mais controle de si próprio se exigirá. O indivíduo incapaz de se controlar é escravo de si próprio. É um animal socializado por fora e bestializado por dentro. Por outro lado, quem não tem poder sobre nada, pouco haverá de se controlar e pouco será o seu mérito.


Assim, para um Super, não é fácil manter o controle com tantos poderes à disposição. Poder voar, ter superforça, enxergar através de paredes e ser invulnerável requer muito controle para não interceder em guerras genocidas, não exterminar tantas pessoas cruéis que ainda perturbam a vida na Terra, não destruir armas, se controlar para não varrer das ruas os motoristas dementes ou mesmo não exagerar na força ao se defender dos ataques diários que sofremos de pessoas deselegantes.


Mas tanto poder e controle não retiram nem podem retirar a ingenuidade, a pureza de coração, não fazem deixar de crer sempre no que há de bom nas pessoas, na verdade de posturas e de condutas, na boa-fé ao proceder e até mesmo no sagrado direito de ser enganado pela malícia dos outros. Devemos endurecer sem perder a ternura, como nos disse o irmão Tche.


Dentre nós, maior exemplo de uma boa combinação de poder, pureza e controle é o Mestre e Irmão Maior Jesus, que esteve nós apenas pregando amor verdadeiro, mas foi ofendido, agredido e assassinado, sem contudo jamais abrir mão da altivez de seu espírito e do controle de si próprio.


Boa sorte a todos que aprenderam a se defender sem abrir mão da pureza de seu coração.