quarta-feira, setembro 19, 2007

O trabalhador e o investidor

Outro dia me perguntaram se eu sabia de uma oportunidade de emprego.


Respondi que ia ver se conhecia alguém que estivesse precisando daquele tipo de profissional.


A pessoa, talvez usando da liberdade que tem comigo, pediu a fórmula mágica da oferta e da demanda: “Mas tem que ser um emprego que ganhe muito e que trabalhe pouco, viu?”.


Devolvi a ousadia em tom de brincadeira (com o devido respeito a uma minoria): “Você não quer ser juíza de direito não?”.


E ela foi ainda mais longe e retrucou: “Nãaaoooo.... pra isso tem que ser formado e passar em concurso!!! É muito difícil”.


Já impaciente com a folga, disse: “Então entra pra política, vai ser candidata a alguma coisa, ora! Pra isso não se exige qualquer formação e paga-se bem até demais”.


E ela ainda me respondeu, desanimada: “Ahhh... mas pra isso precisa ter muito dinheiro e isso eu já não tenho!”.


Chegamos ao fim da conversa comigo sugerindo a ela investir na bolsa… na bolsa giratória nas esquinas da cidade, quem sabe assim ela chega a atuar um pouco em cada uma dessas áreas.


Ela abriu um sorriso animado e os olhos brilharam, como se já antevendo o sucesso do empreendimento.


Para o bom entendedor, esses parágrafos resumem a situação do país.