sexta-feira, agosto 31, 2007


Pai, descobri que sei voar.


Quando você liga, sinto meus pezinhos não tocarem o chão, de tanta ansiedade, esperando você chegar.


Quando você chega, pulo em sua direção e não sei quanto tempo consigo ficar no ar antes de cair em seus braços.


Quando a gente passeia de mãos dadas, parece que estou flutuando de tanta alegria, parece que não preciso mais do chão.


Quando chego em casa, tomo um bainho gostoso e vou descansar, mas sonho que estamos voando, brincando entre as nuvens e as estrelas.


Assim descobri que sei voar... porque sou a filha do Superman.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Agosto, mês do desgosto.


Agosto, mês do desgosto.


Vai dizer que é lenda, vai dizer que é auto-sugestão, mas vai dizer que não tem um mês mais complicado que o danado do mês de agosto?


Disso todo mundo reclama e já virou até adágio: “agosto, mês do desgosto”!


Para mim esse mês foi assim: as semanas iam ficando cada vez mais difíceis. Chegava a sexta-feira e olhava pra trás e via quanta coisa, quantos problemas, quantos obstáculos tive que superar, quando normalmente as coisas não são assim. Na semana seguinte, a mesma coisa de novo, e a outra também. Só que pior. Ufaaaaa! Perguntei-me o que poderia estar havendo e a resposta veio logo… agosto... É claro!


Todavia, meu consolo é duplo.


Primeiro, as coisas mais cabeludas se concentram apenas num mês do ano. Temos os outros onze meses para contrabalancear.


Segundo, hoje é dia 24… essa droga tá acabando!

terça-feira, agosto 21, 2007

Paradoxos de trânsito


O que me irrita são os paradoxos dessa vida moderna.

As leis de trânsito são chatíssimas com a preocupação em mantermos a atenção ao dirigir. Qualquer distração é caso de multa.

Não podemos dirigir sem as duas mãos no volante, exceto para passar marcha; não podemos falar ao celular, mesmo dispositivos sem fio no ouvido; temos que ter cuidado com ciclistas, carroças, pedestres e outros animais na pista; etc.

Mas nem a lei nem as autoridades têm se preocupado com a transformação dos semáforos em verdadeiros centros de comércio e de serviços.

Quando chego no sinal, me oferecem bala, suco, água-de-coco, frutas, flanelas, equipamentos eletrônicos; me oferecem serviços e ainda me pedem dinheiro por mil motivos e outros sem motivo nenhum.

Será que tudo isso não me distrai? Fico tão tenso com o cerco no carro que me desvio do essencial, que é a minha própria segurança.

De quem é a culpa se eu me distraio catando moedas, justificando a impossibilidade de dar “uma ajudinha”, abrindo o porta-malas do carro para colocar produtos, recebendo limpeza de pára-brisas ou mesmo se eu atropelei alguém fugindo de uma tentativa de furto? Minha culpa ou do Poder Público que tem permitido essa baderna?

Deveria ser proibido o camelô de trânsito, pois a distração do condutor é a mesma, seja ela decorrente do simples ato de falar ao celular, quanto de falar que não quer um produto em todos os sinais durante o percurso. Um belo dia vamos ter que apelar às placas no carro, dizendo “não quero comprar nada!”.

A mesma preocupação com a segurança no trânsito que me policia para eu não me “distrair” deveria policiar aqueles que ocupam as vias de tráfego com seus próprios negócios.

Boa sorte àqueles que transitam pelos obstáculos da vida e chegam aos seus destinos.