Cuidado, meus amigos. Há uma nova virose espalhada na cidade que pode contaminar você! É a síndrome da passagem.
Seus sintomas são uma súbita leseira ao passar por portas, corredores, portões, escadas rolantes ou portas de elevadores. Geralmente ocorre em locais públicos e lotados, onde a vítima simplesmente sente como se estivesse sozinha no mundo e pára, obstruindo a passagem de todos os demais presentes, com ares de quem foi acometida por amnésia, olhando para os lados, perdida em pensamentos, agindo como um verdadeiro zumbi.
Uma versão mais agressiva desse mal tem sido observada em condutores de veículos, que de repente perdem a noção de onde estão, esquecem as normas de trânsito, desaceleram ou mesmo param seus carros no meio da rua, agindo como se nunca tivessem dirigido antes. Os efeitos colaterais são transtornos, engarrafamentos e perigos para outros motoristas não infectados.
Cientistas do mundo inteiro estão se dirigindo para cá, em Smallvile, para estudar as razões de essa patologia criar no indivíduo o desejo súbito de emperrar a passagem de outras pessoas. Até mesmo um shopping center experimental, com ruas e calçadas exteriores, foi montado para simular o habitat natural dos espécimes portadores. Há suspeitas de ligação com as mesmas causas do entupimento das válvulas e artérias do sistema circulatório, causadora da esclerose mental; transpondo para a dimensão exterior do sujeito o efeito dos seus entupimentos internos.
Recomenda-se paciência com eles, pois os cientistas garantem que os portadores da síndrome não agem assim por falta de educação ou egoísmo, mas por doença mental mesmo! Se você apresentar algum desses sintomas, por favor, fique em casa, em alguns anos eles desaparecerão sozinhos.
Clark Kent, direto da redação do Planeta Diário.
2 comentários:
Um dos momentos mais aterradores deste mal se apresenta quando a "criatura" se encontra entre as gôndolas de um supermercado qualquer.
De súbito ela para o bem dito "carrinho" no meio do corredor e debanda para uma prateleira qualquer. Até parece que criou ojeriza ao prosaico utensílio.
Soube que este tipo de síndrome atinge uma grande parte da população nordestina que não se vendo contente com os males da doença, ainda colaboram para o agravamento da situação. Frequentemente passo por dificuldades ao me deparar com as pessoas que sofrem da síndrome da passagem..e ás vezes me sinto obrigada a acoradá-las do transe em que vivem. O maior contingente de pessoas que possuem este male encontram-se aglomeradas na central de transferência de ônibus da cidade do Natal. Ali as pessoas encontram-se num grau tão elevado da doença que chegam ao absurdo de bloquear a passagem dos outros usuários. Quem tentar pegar o ônibus da vez terá que se submeter a socos,pontapés, empurrões e muitas "ave-marias" para que o ônibus não se vá antes de vc alcançá-lo. Absurdo,mesmo! Tolerância zero!
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