Eu sei que já escrevi sobre esse tema e já tinha prometido a mim mesmo apenas uma crítica por eleição. Mas nesta época de politicagem é irresistível mais esse desabafo, porque não tem nada mais chato do que um candidato.
O candidato é como fosse uma raposa que sorri para entrar no galinheiro. E esse sorriso amarelo está adesivado em pára-choques, estampado em cartazes e outdoor´s pela cidade; passando uma imagem de austeridade, de honestidade e de simpatia.
O candidato é o maior poluidor do meio-ambiente. Não basta a barulheira do nosso dia-a-dia. O candidato faz mais. Emporcalha tudo com sua marca. Ele quer ser visto e ouvido sempre.
O sujeito é o responsável pelo massacre de carros-de-som ensurdecedores pela cidade, repetindo incessantemente aquelas marchinhas hipnóticas e mal plageadas, para rimar seu nome com uma seqüência de números e assim digerirmos suas promessas.
É ele quem atrasa nosso deslocamento, gerando um cordel de carros que acompanham o seu desfile com destino a lugar algum. E o povo ainda acha pouco. Colabora com um buzinasso.
É o cara que espalha papel pelas ruas, que acaba com seu sossego, que promove queima de fogos e fanatismo popular, que rouba o seu direito de querer fugir de tudo isso na tv ou no rádio, porque até ali ele te persegue.
Ele só dá sossego quando é eleito.
Daí pra frente toma um banho de álcool e de perfume caro pra tirar a inhaca do povo, se embriaga no poder pra nos esquecer e passa a praticar as mais atrozes pilantragens para recuperar o investimento da campanha; sem ser perseguido por ninguém.
Ri pra nós antes para rir de nós depois. Seja sossego ou dinheiro, está sempre nos furtando.
Quero ver o cão, mas não quero ver o cão-didato!