As festas de fim-de-ano vêm chegando e inevitavelmente minha angústia cresce mais a cada dia.
O apelo comercial não me conquista. É mais a vontade de ser generoso mesmo. Mas a vida não facilita o ato de presentear.
Para mim, a compra dos presentes é mais do que a escolha de livros e cd´s nas prateleiras. Por isso que todo ano é a mesma agonia.
O que dar de presente para quem já tem tudo?
Para quê presentear quem nunca está satisfeito com nada?
Como presentear quem não quer presente?
Por que dar presente para quem é ausente?
Qual a utilidade do presente que eu posso dar para quem precisa de muito mais?
Como achar quem realmente precisa de presente?
E quanto a mim, o que me agradaria ganhar de presente?
Tenho até dúvidas se eu gosto de ganhar algo de presente ou prefiro conquistar, merecer, porque o quê verdadeiramente é “de presente” e o quê é “merecimento” nessa vida?
Boa sorte a todos que reconhecem o merecimento em cada presente que recebem.
Não ter reservas de nossos atos quando se trata do outro.
Começar a autocrítica pelo próximo e esquecer de nós mesmos.
Ter forças para enfrentar, mas fraquejar ao dar apoio.
Só abrir a boca pra falar mal e que o silêncio trate do resto.
Ser indulgente e generoso somente consigo próprio.
Esquecer que o dedo que aponta para o próximo está sobre três em nossa direção.
É muito bom brincar de Deus nesse pequeno universo chamado “meu-mundo”.
Em “meu-mundo”, eles reinam e são onipotentes.
Lá é a terra onde nada tem compromisso com nada, onde não se presta contas a ninguém, onde o sol sempre está a brilhar, pois nuvens não se colocam sobre suas cabeças.
Não é à toa que dizem: “quer conhecer alguém? Dê-lhe um mínimo de poder e ele se mostrará”.
Um dia esses tiraninhos levantam a cabeça e têm um vislumbre diferente.
Vêem o “seu-mundo” tão “mundinho”, tão pequeno.
Algo chacoalha o “seu-mundinho” e eles se questionam se esse mundinho é tão universo assim.
Quando esses sóis não brilham mais, quando esses minutos de poder passam, quando os “seus-mundinhos” ficam microscópicos diante da tamanha cegueira; passam então a enxergar o “algo mais”.
Em época de “ensaio sobre a cegueira”, faço uma reflexão e abro os olhos.
Vejo cegos saindo de um vazio existencial e caindo num buraco na vida.
Vejo os cegos pelo poder não poderem mais nada.
Vejo olhos bonitos e luminosos que não têm nada por trás.
Vejo os tiranos dos “mundinhos” enxergarem o quanto nada vêem.
Mas vejo também o quanto fui cego.
Não via a falsidade, os verdadeiros interesses, a manipulação.
E me dou um desconto. Desconto porque sou ingênuo, de bom coração, de pensar o melhor de todos sempre.
E sei que quem erra assim, na verdade não erra, mas acerta errando, e expurga suas próprias cegueiras, abrindo as vistas para outros planos.
Sei também que no “mundo onde todos enxergam de verdade” isso é o que verdadeiramente conta.
Boa sorte aos que têm consciência das próprias cegueiras, pois isso já é enxergar.
Há uma letra de música do Simply Red que adoro e que vem muito bem a calhar agora.
"If you don´t know me by now, you will never never never know me", numa tradução livre e simplificada quer dizer "se você não me conheceu até agora, não irá mais".
É surpreendente constatar o quanto o passar do tempo e os fatos da vida não são capazes de fazer com que as pessoas se conheçam completamente. Chega um dia em que constatamos que se esse conhecimento não chegou até agora, não chegará mais. A paciência acaba e a sensação de perda de tempo reina.
São surpresas desagradáveis, problemas repetitivos, expectativas insatisfeitas, pesadelos recorrentes; tudo inexplicado, ante o tanto que se conhece do outro, ante o tanto de problemas que se pode evitar – mas não se evita.
Relacionamentos assim viram “samba de uma nota só”; e Jobim não merece essa homenagem.
Se conhecer bem o passado prepara para o bom futuro, quando esse futuro não chega é hora de mudar o presente. É aí que se aplica o "se você não me conheceu até agora, não irá mais".
Se é pra falar de música de novo, prefiro citar os Rolling Stones: pedras que rolam não criam limo.
Limo não é uma coisa boa pra mim. Vou rolar bastante e tomar um banho de rio pra limpar o grude impregnado. Quem sabe lá eu encontro aquele cabeludo ruivo e agradeço por ter me aberto os olhos para o fato de que tudo na vida tem sua hora, seu tempo e seu limite.
Freud dizia que só o conhecimento traz o poder. Que esse conhecimento chegue, mas que ele só traga o poder de fazer o bem.
“People don´t change”, diz o doutor House, mas será mesmo que pessoas não mudam? Será que os fatos se passam, as dores se desdobram, experiências e decepções se assomam e não somos capazes de mudar?
Quando decepcionamos ou causamos uma boa surpresa a alguém, o quanto disso reside em nós mesmos e o quanto reside nas expectativas que ela mesma nutria a nosso respeito? E o que se pensa a nosso respeito é 100% criado por nós ou há alguma participação de nosso observador na construção dessa imagem?
Eu sou eu e minhas circunstâncias. Se elas mudam, mudo eu; se eu mudo, elas se alteram. Sou eu e meus “ontens” e à medida que os faço diferente, o amanhã também será.
Acredito em fases, em momentos felizes e infelizes, em períodos que pelas contingências da vida nos afastamos de nossa verdadeira essência boa, de nosso “centro vital”, mas que com o tempo ou as experiências certas retomamos o rumo. Só não creio que o “mau” vire “bom” de uma hora pra outra nem que o “bom” regrida à “maldade”.
Dizer que pessoas não mudam é negar o próprio sentido da vida, que é aprender e evoluir incessantemente. Claro que há aqueles que insistem em suas posições, em suas opiniões, em seus comportamentos, e não aceitam reavaliá-los ou se reciclar; mas isso é questão de querer (ou de não querer) mudar; não que a mudança em si seja impossível. Não podemos julgar que não há mudança só porque alguns não acreditam nela.
Eu acredito na mudança. E aquele que muda – ao contrário de quem se acomoda no “eu sou assim mesmo e pronto” – e encara o desafio de se fazer melhor, de crescer, de se superar, em nome do que acredita e ama, só tem a ganhar, portanto, merece crédito, merece uma segunda chance.
Boa sorte a todos que conseguem exercer uma das mais marcantes características da espécie humana, que é a adaptação, e assim crescer, evoluir e contribuir para o todo.
Todos os dias de nossa preciosa existência morremos um pouco. Nossos dias se aproximam do fim a cada dia que se inicia. A única certeza da vida é a morte.
Porém, imortais são nossos feitos. O que significamos para os outros, os sentimentos, as emoções, as marcas de nossa passagem por essa existência, por mais que temporária, duram pra sempre. Como dizem: o que se leva da vida é a vida que se leva.
Em 1992, foi escrita uma história em que o Superman morria. O choque foi duplo: do mundo, ao se ver sem o seu maior defensor; e do próprio Super, ao descobrir-se capaz de morrer, já que era portador de tantos poderes, de tanta invulnerabilidade. Mas heróis de verdade nunca morrem e não demorou muito para se produzisse a história de seu retorno. A sabedoria ensina que a morte não representa um fim, mas uma passagem, uma transição, uma transformação de algo cuja essência não se altera. E o Super veio ainda melhor: experiente, amadurecido e mais forte.
O que fica disso tudo é que, por mais mortais que sejamos, por mais temporária que seja a vida e suas experiências, há algo de imortal em todos nós. Algo que não se apaga, que o tempo não leva e que levamos conosco para onde quer que formos e que também deixaremos nos corações daqueles para quem fomos tão importantes um dia.
Boa sorte a todos que compreendem que “morrer” é algo relativo para quem trabalha numa perspectiva de “eternidade”.
Para quem gosta de xadrez, há uma variação desse jogo muito mais sutil, porém muito mais difícil, chamada “xadrez do amor”.
Nesse jogo, o tabuleiro é muito mais extenso e o acompanha a qualquer lugar. Você pode estar jogando xadrez do amor sem perceber, inclusive à distância. Por isso, ele exige muito mais atenção, pois há muito mais como errar e acertar.
Nele, as peças não são pretas e brancas. Tudo é meio cinzento, meio indefinido, furta-cor, de variados matizes. Seus movimentos podem ser claros e objetivos ou sutis, suaves, melindrosos, vacilantes, subliminares, imperceptíveis.
Quando as conseqüências de seus movimentos não implicam apenas o binômio vitória-derrota, o ir ou não para a caixa, mas sim a conquista ou perda de um coração, as regras não ficam nada claras, mas, mais das vezes, caóticas e assustadoras.
Não perceber claramente as “cores” das peças e o significado de seus movimentos confunde a nossa percepção de quem está ganhando e de quem está perdendo. Quais são os lados desse jogo? Quem são os times? Há opositores? Afinal, o que é “perder” e o que é “ganhar”?
Não dá para saber, dá apenas pra sentir o momento da amarga derrota, quando o rei deita sozinho sobre o seu tabuleiro, ou da doce vitória, quando ele ganha a companhia da rainha ao seu lado.
Por não ter regras tão definidas, o xadrez do amor também permite uma leveza, uma fluidez, uma flexibilidade, uma suavidade, uma adaptação muito maior de movimentos.
E nem adianta pensar muito. Nesse jogo o raciocínio pouco importa. Aliás, o xadrez do amor é muito pouco racional e muito mais intuitivo. Nele a lógica é invertida. Nele tomamos atitudes “irracionais”, traçamos rotas tortas, fazemos o impensado, o ilógico, mas atingimos objetivos certos, desejados, e às vezes, não imaginados até mesmo por nós.
Boa sorte a todos que jogam xadrez do amor com o coração e escutam a sua verdadeira razão.
Hoje há uma aparente diferença quanto às expectativas dos sexos, desde a nossa tradicional compreensão até os dias atuais.
Na boba comédia “um conto quase de fadas”, o príncipe chega num cavalo branco, vê a princesa deitada num caixão de cristal e, sob os olhares dos bichos da floresta, acorda-a com um beijo.
Quando ela abre os olhos, já está de mau-humor, vai logo reclamando da demora do seu salvamento, dizendo que não poderia esperar outra coisa dos homens, que são todos uns molóides e manhosos.
Mesmo assim, ele, apaixonado, faz mil promessas. Fala que vai levá-la para o seu castelo, que vão se casar, que ela será “a sua princesa” e a toma no colo.
Mas ela imediatamente pula dali e pergunta: “do quê você está falando, quem disse que eu quero esse negócio de ser sua princesa? Grande vantagem essa! Pensa que eu não leio jornais? Já estou até vendo: festas, caçadas, aventuras em terras distantes, enquanto eu fico trancada no castelo. Depois vem filhos, adultério, separação e advogados. Eu tenho meus sonhos, meus anseios, minha carreira pela frente e ela não tem nada a ver com você. Muito obrigada”. E cai na estrada sozinha, deixando o príncipe com cara de tacho.
Para equilibrar, outro dia me mandaram a menor fábula do mundo, que conta: um sujeito encontra uma garota e pergunta “quer casar comigo?”. Ela se vira e diz “não”. Então ele foi feliz para sempre… podia sair com os amigos e chegar a hora que quisesse, não precisava pisar em ovos, responder perguntinhas capciosas nem sofrer com flutuações de humor mensais, etc, etc, etc …
Contra isso, dizem que estatisticamente o número de casamentos aumentou. Só não avisaram que o de divórcios também! E o mais grave de tudo: 100% dos divórcios começam num casamento!
Por que isso está acontecendo? Por que houve um desencanto dessa magnitude? Será que as nossas expectativas, de um para com o outro, mudaram tanto assim que não há mais pontos em comum suficientes para manter homens e mulheres unidos por muito tempo? Será nos encontramos no momento do desencontro, onde homens e mulheres caminharão para direções diferentes e sozinhos, depois de curtos períodos juntos? Será que, por não nos compreendermos, viveremos em sucessivos encontros e despedidas? Será que esses eventuais encontros serão não mais que tentativas temporárias de fazer dar certo, até aquele fatídico dia da separação ou da conformação?
Ou serão verdadeiras tentativas de fazer dar certo, de caminhar adiante, de viver, de experimentar, de aprender, mesmo que errando?
Hoje não ofereço respostas ou conclusões, apenas reflexões. Reconheço a minha incapacidade para lidar com o tema. Como diz a sapiência de Ana Carolina, “eu que não sei quase nada do mar, descobri que não sei nada de mim”.
Eu sei que já escrevi sobre esse tema e já tinha prometido a mim mesmo apenas uma crítica por eleição. Mas nesta época de politicagem é irresistível mais esse desabafo, porque não tem nada mais chato do que um candidato.
O candidato é como fosse uma raposa que sorri para entrar no galinheiro. E esse sorriso amarelo está adesivado em pára-choques, estampado em cartazes e outdoor´s pela cidade; passando uma imagem de austeridade, de honestidade e de simpatia.
O candidato é o maior poluidor do meio-ambiente. Não basta a barulheira do nosso dia-a-dia. O candidato faz mais. Emporcalha tudo com sua marca. Ele quer ser visto e ouvido sempre.
O sujeito é o responsável pelo massacre de carros-de-som ensurdecedores pela cidade, repetindo incessantemente aquelas marchinhas hipnóticas e mal plageadas, para rimar seu nome com uma seqüência de números e assim digerirmos suas promessas.
É ele quem atrasa nosso deslocamento, gerando um cordel de carros que acompanham o seu desfile com destino a lugar algum. E o povo ainda acha pouco. Colabora com um buzinasso.
É o cara que espalha papel pelas ruas, que acaba com seu sossego, que promove queima de fogos e fanatismo popular, que rouba o seu direito de querer fugir de tudo isso na tv ou no rádio, porque até ali ele te persegue.
Ele só dá sossego quando é eleito.
Daí pra frente toma um banho de álcool e de perfume caro pra tirar a inhaca do povo, se embriaga no poder pra nos esquecer e passa a praticar as mais atrozes pilantragens para recuperar o investimento da campanha; sem ser perseguido por ninguém.
Ri pra nós antes para rir de nós depois. Seja sossego ou dinheiro, está sempre nos furtando.
Como diz Ana Carolina, ao advertir que não sabe quase nada do mar, eu que não sei quase nada de mulher, arrisco dizer que deve ser muito difícil de sê-las, mas, como mero expectador, vejo o quanto são meritosas as que o fazem com estilo, charme, graça e orgulho.
Não falo da dificuldade imposta pela sociedade, desde o nascimento, da gravidez à viuvez.
Não falo da luta cotidiana em casa e no trabalho, de turnos triplos, de mãe-profissional e profissional-mãe, trabalhando mais e ganhando menos.
Também não falo do encargo avolumado pela qualidade de homens que tem por aí, cada vez mais necessitados de mulheres-mãe.
Falo de tudo isso sem perder o cuidado consigo próprias, sem perder o zelo, a beleza, o charme, a alegria de estar de bem com a vida, o brilho no olhar e a luz no sorriso.
Eu mesmo não agüentaria tamanha tarefa. Se for pra ser super de novo, entro na fila dos superman´s. Mulher-maravilha é tarefa para poucas.
Ser homem é muito mais cômodo e fácil. Por isso ficamos mal acostumados. Sem variar muito, gastamos o mesmo tempo para nos aprontarmos para o trabalho ou para um casamento.
Já para a mulher, tudo é mais complicado: produção, cabelo, salão, maquiagem, unhas, sandália emprestada da tia da amiga da vizinha, que combina com a bolsa que está guardada no baú.
Fazer algo bem feito tem seus méritos. Mas há muito mais méritos em fazer bem feito o difícil e nem sempre agradável, como ser uma bela mulher.
Sugiro a leitura de um texto de quem entende um pouco mais que eu sobre essa complexidade: Flávio Gikovate, em “Reflexões sobre o Feminino”.
Pois é, como vimos, para ser feliz com alguém, precisamos estar bem conosco mesmos.
Mas todos nós temos períodos em que não estamos bem por algum motivo e isso pode afetar o nosso par, o nosso relacionamento.
Algumas mulheres, por exemplo, têm a famosa TPM, que as deixa num temporário estado de fúria e os homens num constante estado de alerta.
As grandes guerras começaram por causa da TPM. Reinos foram perdidos por essa alteração hormonal. A queda do Império Romano e o início da Idade Média foram atribuídos à TPM. As grandes catástrofes da humanidade tiveram um “dedinho” de TPM. Neste exato momento, a sua vida pode estar sendo decidida por alguém com TPM. A TPM está à sua volta!
E os homens, será que eles sofrem de algo similar à TPM feminina? Será que eles ficam fragilizados, sensíveis, carentes, amuados, chorosos, briguentos, ávidos por chocolate? Algo nos deixa mais dependentes da compreensão e do carinho delas?
Claro que estou falando de homens de verdade, daqueles que choram e não têm medo de esconder seus sentimentos; e não dos protótipos incipientes de machos mal-acabados, ainda tão sortidos por aí.
Se os homens levaram milênios para aprender a lidar com essa tal de TPM, e ainda nos saímos tão mal; será que as mulheres sabem lidar com o homem que expõe seus sentimentos, que também tem horas de “fraqueza”, que busca amparo e proteção em quem está do seu lado?
Será que elas sabem compreender os nossos “momentos TPM”, ou, para alguns protótipos de mulher, o homem ainda não chora, não sente, não se importa?
Boa sorte àqueles que vivem os seus super-poderes sem abdicar da sua humanidade.
Acho essa época muito instrutiva porque aprendo muitas coisas.
Aprendo como puxar o saco de quem não se conhece.
Aprendo a fazer versões das mais inusitadas músicas em nome do desespero da rima de nome com números.
Aprendo que adversários de ontem são aliados de hoje e os inimigos de amanhã.
Aprendo que poluição não é só material, mas sonora, visual e eletrônica; que lixo existe nas ruas, colado nos carros, nas idéias, nas cabeças, nas propostas e na Câmara.
Aprendo como é pobre a nossa política e como ela é feita por pobres para pobres… de espírito.
Aprendo a ter vergonha na cara.
Aprendo que o tempo passa rápido e que nem lembro em quem votei na última eleição, mas não sinto falta de quem só aparece de quatro em quatro anos sorrindo pra mim.
Aprendo que essa política pobre assalta meu bolso, minha casa, minha TV, meu rádio, meu computador e meu sossego, rouba meu suor e minha paz.
Com tudo isso aprendo o valor de uma boa viagem pra bem longe dessa sujeira toda.
Porque aprendi que sou de aço, mas não sou de ferro, e que paciência tem limite.
(Adaptado de um texto anônimo, mas dedicado à amiga Lívia, em agradecimento)
Conta uma lenda que Deus convidou um homem para conhecer o céu e o inferno.
Foram primeiro ao inferno.
Ao abrir a porta, o homem viu uma sala em cujo centro havia um caldeirão de sopa e à sua volta pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher, porém de cabo muito comprido, que lhes possibilitava alcançar o caldeirão, mas não permitia que colocassem a sopa na própria boca.
O sofrimento era grande.
Em seguida, Deus levou o homem para conhecer o céu.
Entraram em uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta e as colheres de cabo comprido.
Mas ali todos estavam saciados. Não havia fome nem sofrimento.
“Eu não compreendo”, disse o homem a Deus, “por que aqui as pessoas estão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?”.
Deus sorriu e respondeu:
“Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros”.
Vimos que as pessoas na sala do inferno estavam tão preocupadas com seus próprios problemas particulares que não pensavam em alternativas para resolver a situação do grupo.
Como todos estavam querendo safar a si próprios, não buscaram alternativas para o problema. Contudo, se houvesse espírito solidário e ajuda mútua, como na sala do céu, a situação teria sido rapidamente resolvida.
Dificilmente o individualismo consegue transpor barreiras. A consciência particular de fazer parte de um “todo” é essencial para a evolução espiritual. Uma equipe participativa, homogênea, coesa, vale mais do que um batalhão de pessoas alienadas e com posicionamentos isolados. Isso vale para qualquer área de sua vida. Não fosse assim, certamente teríamos nascido sozinhos no planeta.
Portanto, “céu” e “inferno” não são lugares geográficos; e sim estados de espírito que construímos e espalhamos em nosso entorno.
Boa sorte a todos que se empenham em mudar o estado de nosso planeta, ao invés de tentar apenas mudar a si próprios de lugar.
Teríamos uma festa de abertura pomposa, mas patrocinada por licitações escusas e falcatruas que enriqueceriam os já ricos.
Ela seria permeada pela guerra de folcloristas chatos, cada um defendendo expressões culturais sem expressão no nosso país. Em vez de “rota da seda”, não é muito mais interessante tratar da “rota do tráfico”?
Veríamos autoridades vaiadas e personalidades brigando para aparecer.
Iríamos mostrar o resultado de nossas centenas de anos de cultura: música estrangeira, calipso, axé, eletro-forró, sertaneja e futebol.
Teríamos uma das melhores emissoras de televisão do mundo mostrando as várias etnias que formam a nossa sociedade: pardos, pobres, excluídos, explorados, índios dizimados, meninos de rua, políticos corruptos, traficantes e vítimas sociais.
A festa faria a festa para catadores de latinhas e flanelinhas e quem não tivesse seu carro roubado no estacionamento poderia ir pra casa feliz, sentindo-se encaixado no mundo, sem saber o quanto ainda falta para a verdadeira civilidade.
Isso tudo, se não faltasse luz no estádio na hora da cerimônia ou a queima de fogos não atingisse ninguém, causando uma tragédia que terminaria no corredor de um hospital lotado. Conhecemos a triste combinação das licitações que tem o critério do menor preço: a menor qualidade e o maior risco possível.
Depois da abertura das olimpíadas na China fiquei ainda mais fã dos chineses e de sua cultura milenar, mas ainda mais desconfiado da nossa, ainda a engatinhar.
Ainda bem que as olimpíadas não foram aqui e sim na China. Eu ia apertar meus olhos para não ver nada disso.
Hoje eu vou postar esse texto abaixo, enviado a mim por uma amiga muito querida, porque ele fala de expectativas e ansiedades, da diferente sensação da passagem do tempo nas pessoas e, sobretudo, de esperança.
Tempo certo
De uma coisa podemos ter certeza: De nada adianta querer apressar as coisas; tudo vem ao seu tempo, dentro do prazo que lhe foi previsto.
Mas a natureza humana não é muito paciente. Temos pressa em tudo, aí acontecem os atropelos do destino, aquela situação que você mesmo provoca por pura ansiedade de não aguardar o Tempo Certo.
Mas alguém poderia dizer: Mas qual é esse tempo certo??? Bom, basta observar os sinais...
Quando alguma coisa está para acontecer ou chegar até sua vida, pequenas manifestações do cotidiano, enviarão sinais indicando o caminho certo.
Pode ser a palavra de um amigo, um texto lido, uma observação qualquer; mas com certeza, o sincronismo se encarregará de colocar você no lugar certo, na hora certa, no momento certo, diante da situação ou da pessoa certa!!! Basta você acreditar que Nada Acontece Por Acaso!!!
Um manuscrito pode parecer estranho nos dias em que vivemos, de tanta tecnologia de telecomunicações, de tanta digitação. Pode parecer arcaico até, porque nossa geração se despede da caligrafia, de tanto que se digita, de tanto que não mais se escreve.
Por isso, o conceito de escrever bem se dissociou do conceito de escrever direito. Expor as idéias com clareza é completamente diferente de conseguir se fazer entender através da própria letra.
Esqueçamos a fonte, se é times, arial ou verdana; lembremos apenas das letras, bem trabalhadas, esmeradas, caprichadas.
Se a letra revela muito da personalidade de quem escreve, como uma verdadeira impressão existencial; a fonte do computador termina por nivelar a todos numa mesmice impessoal e incógnita, distinguível apenas pelo estilo literário, de quem o tiver. Daí aparecerem tantos falsos Jabour, Veríssimo, Gabriel Garcia Marques, dentre tantos.
O manuscrito contém uma mensagem oculta. Além de “o quê” está escrito, o “como” está escrito revela outra espécie de informação. É possível verificar o carinho, o humor, o estado de espírito, vez por outra, imperceptíveis nos meios eletrônicos.
Já que demoramos tantos milênios para descobrirmos nosso polegar, vamos usá-lo mais um pouquinho para segurar a pena, o lápis ou a caneta e produzir bons textos ou lindas cartas recheadas de sentimentos; pois esse é um uso pelo menos bem mais poético do que o mero apertar da barra de espaços do teclado do computador.
Sua Alma Gêmea está mais perto que você imagina...
"Certa vez, um discípulo perguntou ao seu Mestre já muito velho, por que ele nunca havia se casado e o Mestre respondeu: Eu procurava a Mulher perfeita, a minha metade e, assim, várias mulheres foram aparecendo em minha vida e as qualidades que eu buscava e que me preenchiam e satisfaziam; ora encontrava e outras horas não, quando era inteligente, não era culta, quando era sensual, não era bonita, quando era organizada, era chata e por aí afora... Você quer me dizer que nunca encontrou a Mulher perfeita? Encontrei, encontrei sim, mas aí foi Ela quem me disse que procurava o Homem perfeito e que Eu não era ele..."
Kal-El é como cada um de vocês, mas um dia quis descobrir o que significava aquela estranha sensação de ser mas não provir desse planeta Terra. Decobriu que veio de um outro planeta e é um Superman. De lá pra cá dedica-se a descobrir outros supermans na Terra...e tem encontrado vários. Junte-se a ele em busca de um mundo melhor.